Para realizar uma orientação dietética capaz de auxiliar na redução do nível de colesterol sangüíneo (colesterolemia), a Sociedade Brasileira de Cardiologia aconselha, principalmente, uma alimentação pobre em colesterol e gordura saturada. Dessa maneira, é necessário restringir, principalmente, o consumo de alimentos de origem animal, como carnes com excesso de gordura, vísceras (fígado, miolo, miúdos), leite integral e seus derivados (queijo, manteiga, creme de leite), biscoitos amanteigados, croissants, folhados, sorvetes cremosos, embutidos (salsicha, lingüiça, bacon, torresmo), frios (presunto, salame, mortadela), pele de aves, frutos do mar (lagosta, camarão, ostra, marisco, polvo), para reduzir a ingestão de colesterol. Além disso, atenção especial para o consumo da gema de ovo deve ser tomada, pois esse alimento oferta 225 mg de colesterol por unidade. Considere que a Sociedade Brasileira de Cardiologia adota que a ingestão de colesterol deve ser inferior a 200 mg/dia de colesterol.
Além desses cuidados com alimentos de origem animal, deve ser aconselhada a restrição no consumo daqueles que são ricos em gordura saturada, encontrada na polpa de côco e de alguns óleos vegetais (dendê e côco, dentre outros) que são utilizados no preparo de alimentos, pois esse tipo de gordura provoca aumento na incorporação de colesterol na partícula LDL (lipoproteína de baixa densidade), conhecida como “colesterol ruim”. Este mecanismo é o principal responsável pela elevação do colesterol sangüíneo. Assim, para substituir a gordura saturada, aconselha-se o uso dos óleos de oliva, rico em gordura monoinsaturada, e óleos de canola e soja, ricos em ácidos graxos poliinsaturados.
Deve-se também aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras solúveis, como frutas, aveia, cevada, feijão, grão de bico, lentilha, soja, ervilha, verduras, legumes, cereais entre outros, pois ajudam a reduzir o nível de colesterol sangüíneo. As fibras insolúveis, apesar de não contribuírem na redução do colesterol, aumentam a saciedade, auxiliando na diminuição da ingestão calórica e na manutenção do peso corpóreo. Alguns exemplos de fontes de fibras insolúveis são trigo, grãos e hortaliças.
O tabagismo tem impacto na saúde como um todo, e sobretudo causa redução do HDL-C (lipoproteína de alta densidade, conhecida como “bom colesterol”), em proporção a quantidade de cigarros fumados no dia. Por isso, também deve ser evitado por pacientes com hipercolesterolemia.
Assim, podemos orientar a ingestão de macronutrientes respeitando os seguintes valores:
* Gordura total: 25 a 35% das calorias totais
* Ácidos graxos saturados: < 7% das calorias totais
* Ácidos graxos poliinsaturados: > 10% das calorias totais
* Ácidos graxos monoinsaturados: > 20% das calorias totais
* Carboidratos: 50 a 60% das calorias totais
* Proteínas: aproximadamente 15% das calorias totais
* Colesterol: < 200 mg/dia
* Fibras: 20 a 30 g/d
* Calorias: Para atingir e manter o peso desejável
Para que se consiga uma dieta correta e específica para essa finalidade, sugiro uma consulta e acompanhamento de um bom nutricionista. Atividade física desempenha um fator essencial, assim como exames laboratoriais periódicos são essenciais para o acompanhamento desta melhora.